A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou nesta semana, junto ao Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Ampliada Oeste (CIS-URG), vistorias nas bases e ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
De acordo com o secretário executivo do CIS-URG José Márcio Zanardi, essa é a última etapa para que o Serviço comece a operar, faltando apenas a assinatura do contrato que garantirá o custeio mensal para manutenção do Serviço por parte do Governo.
Foram feitas vistorias nas ambulâncias, na Central de Regulação das Urgências e nas 24 bases descentralizadas do SAMU.
Zanardi destaca que a data de inauguração ainda não foi definida pelo Governo. Entretanto, a SES agendou uma reunião na próxima semana com o CIS-URG para definição dos termos do contrato. O atraso no início dos serviços se deve justamente à garantia dos recursos para sua manutenção.
Neste sentido, o Governo do Estado através da SES tem mobilizado esforços para que uma vez iniciados os serviços, não haja nenhuma pendência na sua manutenção. Mesmo com atrasos, a SES repassou ao CIS-URG, R$ 7 milhões em convênio, para implantação, compra de equipamentos, mobiliários e insumos, que já estão garantidos e disponíveis para o início do Serviço.
Bases descentralizadas
As bases descentralizadas são estruturas montadas nos municípios que vão sediar o SAMU. Elas garantem tempo resposta de qualidade e racionalidade na utilização dos recursos do Serviço. Há uma configuração mínima necessária em todas elas para conforto, alimentação e abrigo, das equipes e ambulâncias. Tudo isso foi vistoriado e aprovado durante as vistorias feitas por técnicos da SES.
Central de Regulação das Urgências
Com o SAMU, entra também em funcionamento a Central de Regulação das Urgências, sediada e já implantada em Divinópolis, de onde será feita a Regulação Médica das Urgências.
Trata-se de um núcleo que garantirá a permanente avaliação e estimativa do grau da urgência de cada caso. Este processo é feito pelo Médico Regulador, que atuará com o acolhimento de todos os pedidos de socorro que chegarem através do 192.
Mediante a avaliação, será desencadeada a resposta mais adequada a cada solicitação, no que se refere ao monitoramento contínuo do grau de urgência, até a finalização do caso, garantindo a disponibilidade dos meios necessários para a efetivação da resposta definitiva. Ou seja, garantirá o encaminhamento do paciente para a unidade de saúde previamente pactuada com o serviço.
A Central de Regulação opera com capacidade de monitoramento dinâmico do Sistema de Saúde, sendo a instância de autoridade operacional, onde se processa a função reguladora e polivalente na utilização dos recursos, refletindo sempre a relação entre a oferta disponível e as necessidades demandadas.
“No sistema, há as unidades de saúde definidas dentro de uma Rede de Resposta Hospitalar, que são unidades conveniadas. Temos que fazer essa rede funcionar. O Estado, a União e os municípios investem dinheiro para que esses hospitais funcionem. Como estamos iniciando o Serviço, as 18 unidades estão avisadas que os pacientes vão ser regulados de acordo com sua condição de atendimento. Então, é muito importante todo esse serviço passar pela Central de Regulação, para que tenhamos destinação adequada desse paciente”, explicou José Márcio Zanardi.
Rede de Resposta Hospitalar
O SAMU contará com uma complexa rede de atendimentos em 18 unidades hospitalares da região, cuja finalidade será otimizar recursos humanos, financeiros e tecnológicos, a fim de viabilizar no menor tempo possível o atendimento aos pacientes.
A escolha da Rede Hospitalar foi feita após uma análise de viabilidade e levou em consideração diversos critérios. Entretanto, como aponta José Márcio Zanardi, essa rede é dinâmica e pode ser alterada a qualquer momento. Basta que as unidades se enquadrem nos requisitos pleiteados pelo Governo Estadual.
As unidades conveniadas recebem incentivo financeiro do Estado, no valor de R$ 2.300.000,00, para as 18 unidades. José Márcio esclarece que os hospitais não contratualizados e que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), farão os atendimentos normalmente em caso de necessidade, o que será avaliado pela Central de Regulação das Urgências em Divinópolis.
Rede de hospitais conveniados
O SAMU atenderá uma população de mais de 1,2 milhão de pessoas que serão direcionadas aos seguintes hospitais: Hospital São João de Deus em Divinópolis; Hospital São Luis em Formiga, Santa Casa de Campo Belo, Hospital São Judas Tadeu em Oliveira, Hospital Manoel Gonçalves em Itaúna, Hospital Nossa Senhora da Conceição em Pará de Minas, Hospital São Carlos em Lagoa da Prata, Hospital Regional São Sebastião em Santo Antônio do Amparo, Hospital Santa Casa de Bom Despacho, Hospital Senhora Aparecida em Luz, Santa Casa de Misericórdia de Santo Antônio do Monte, Santa Casa de Misericórdia de Dores do Indaiá, Santa Casa de Itaguara, Hospital Municipal São Francisco em Iguatama, Santa Casa de Itapecerica, Hospital Nossa Senhora do Brasil em Bambuí, Santa Casa de Misericórdia em Pitangui e Hospital São Gabriel em Passa Tempo.
Vistoria das ambulâncias
Assim como as bases descentralizadas, as ambulâncias que do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) também passaram por um processo de vistorias através da Vigilância de Saúde de cada município onde estarão presentes.
“Todas as ambulâncias precisaram passar por esse processo para receberem um alvará sanitário. Essas vistorias foram realizadas na Secretaria de Saúde de cada município onde há uma base descentralizada. O processo é uma exigência da Superintendência de Estado de Saúde em cumprimento à legislação”, explicou a coordenadora do Núcleo de Educação Permanente (NEP) do SAMU, Larissa Martins Santos.
Distribuição das ambulâncias
Serão disponibilizadas para as bases 24 bases, ambulâncias do tipo Unidade de Suporte Básico (USB), que serão tripuladas por um técnico de enfermagem e um condutor socorrista. Além desses veículos há também sete Unidades de Suporte Avançado (USA), tripuladas por um médico, um enfermeiro e um condutor socorrista. Estas unidades serão destinadas a Divinópolis, Luz, Campo Belo, Oliveira, Formiga, Nova Serrana e Itaúna.
José Márcio explica que as cidades foram escolhidas com base em estudos de viabilidade, sendo que a logística dessa distribuição de ambulâncias foi feita para que se situem em pontos estratégicos, de forma que o tempo entre a chamada recebida pelo 192 e a chegada da ambulância, demore no máximo 40 minutos em qualquer ponto da região.
Para a escolha também foram levados em consideração os acessos, estradas, rodovias e estradas rurais, além do perfil epidemiológico de cada município. Foi usado ainda números indicadores do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), por meio do índice de Mortalidade por Causas Externas. Esses números foram mensurados para designar a USA, de modo que este tipo de veículo possa dar uma cobertura não apenas naquele município onde ela se encontra, mas nos demais do entorno.
O gerente de logística do CIS-URG Dárcio Abud Lemos destaca que todas as unidades contam com comunicação via web, telefone e GPS, o que garante interligação direta e 24 horas com a Central de Regulação das Urgências.